quarta-feira, 5 de outubro de 2011

No Caminho da Palavra


Mas tu, ó Senhor, és minha defesa, és a minha glória, tu que ergues a minha cabeça.” Sl 3,4
             Muitas vezes encontramos pessoas que cultuam a destruição de todas as coisas, e facilmente esses profetas da extinção são motivados a incluir no rol da destruição também as pessoas. Não raras vezes a incompreensão constitui a motivação que os leva a incitar à exclusão e eliminação dos que não lhe agradam. A incompreensão é um mal que cega e não oportuniza o recomeço, decreta o fim e impõe uma vida cabisbaixa.
            Quem se faz profeta da destruição, opõe-se radicalmente a Deus, o Senhor e amigo de todos. As trilhas da vida que percorremos são para todos, sem exceção, jornada construtora da existência que permite a descoberta de nosso ser, vindo e indo para o coração de Deus, onde tudo o que vive e respira encontra sentido e plenitude.
            Assim fomos feitos, para a plenitude. É precisamente o aprisionamento à finitude que nos impõe um viver de olhar para baixo que arrasta consigo a perspectiva de uma vida impossibilitada de ver para além de seus próprios pés, enxergando apenas as marcas que seus pés deixaram na terra e as marcas da estrada em seus pés. Marcas e dores que se confundem e se fundem numa existência cansada, amarga, triste, conflituosa e excludente.
            Deus ergue nossa cabeça, eleva nossa vida e exalta nossa existência! Elevando nossa fronte, o Senhor, nos propõe uma vida que se projeta no infinito e atualiza o tempo com a eternidade; propõe-nos uma dinâmica existencial que inclua em si toda a criação e redescubra o valor que traz consigo e a singularidade de cada gesto, de cada ato, de cada olhar, de cada palavra, de cada sorriso, de cada escolha e toda proximidade.
             Deus nos propõe que tenhamos disposição e disponibilidade para erguermo-nos de nós mesmos e irmos para além de nossas contingências. Convida-nos à disposição aos nossos semelhantes de modo que todo o nosso ser torne-se mão estendida a quem precisa ser erguido, a quem precisar ir para além de si mesmo. Que o senhor nos defenda de nós mesmos e faça desarmados para entendermos que a glória de Deus passa pelo bem dos seus filhos.
Mas tu, ó Senhor, és minha defesa, és a minha glória, tu que ergues a minha cabeça.”


 Pe. Pedro Aragão
Pároco

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Nossa Senhora das Vitórias te cubra de Bênçãos