A graça de cooperarmos com Deus
‘Ano da Fé’ é tempo de
estreitarmos os nossos laços de amizade com Jesus: «Vós sois meus
amigos, se fizerdes o que eu vos mando» (Jo 13,14). E, como sabemos, o
que difere o amigo de um simples servo executor de tarefa será sempre o
conhecimento de causa.
Mas como, então, chegar a este nível de
relacionamento, no qual a obediência passa a ser expressão de amor cheio
de fé? O Evangelho de Mt 4,18-22 aponta-nos uma via segura, trilhada
pelos primeiros escolhidos da Nova e Eterna Aliança.
No contexto da perícope citada, Jesus já
havia iniciado o Seu ministério na Galileia, anunciando a proximidade
do Reino dos Céus (cf. Mt 4,17), quando lança um olhar de eleição e
conhecimento sobre a realidade de quem Ele queria compartilhando o Seu
destino de vida e missão: «Jesus viu os dois irmãos: Segui-me, e eu
farei de vós pescadores de homens» (Mt 4,18-19). Assim, o evangelista
apresenta-nos diversos passos que podem ser traduzidos pelos verbos:
ver, seguir e fazer.
Diferentemente dos mestres judeus que
eram procurados pela cultura e santidade que apresentavam, o Sábio e
Santo Jesus é quem toma a iniciativa de procurar as ovelhas para
transformá-las em pastores e apóstolos, n’Ele o Pastor Eterno e Apóstolo
do Pai.
Jesus, em tudo, comunicou o movimento da
Trindade-Amor em relação à humanidade: «Nisto consiste o amor: não
fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o Seu
Filho como oferenda de expiação pelos nossos pecados» (1Jo 4,10). Por
isso Ele, sem merecermos, nos dirige a Sua Palavra chamando, porque ama
e, amando, porque chama: «Segui-me».
Estas palavras dirigidas aos primeiros
continuam a penetrar a história da humanidade e os corações que se
deixam conquistar por tão grande proximidade: «Tu me seduziste Senhor, e
eu me deixei seduzir! Foste mais forte do que eu e me subjugaste» (Jr
20,7). Amor rico em promessas: «… eu farei de vós». Assim, no pessoal –
«eu»- , Ele aceita bondosamente capacitar aqueles que são olhados e
chamados.
Mas com que finalidade? Resposta: para
participarmos do cumprimento das promessas de Deus novas e antigas: «Mas
agora mando numerosos pescadores – oráculo do Senhor – para pescá-los.
Meus olhos acompanham todo o seu caminhar» (Jr 16,16-17). Nas palavras
neotestamentárias: «pescadores de homens».
Grande graça é podermos, como povo
batizado, participarmos do comum dom e dever do apostolado, o qual tem
uma origem divina como é próprio do mistério da Igreja Apostólica, assim
ensina o Magistério oficial: «Toda a Igreja é apostólica, na medida em
que, por meio dos sucessores de Pedro e dos apóstolos, permanece em
comunhão de fé e de vida com a sua origem. Toda a Igreja é apostólica,
na medida em que é “enviada” a todo o mundo. Todos os membros da Igreja,
embora de modos diversos, participam deste envio. “A vocação cristã é
também, por natureza, vocação para o apostolado”. E chamamos
“apostolado” a “toda a atividade do Corpo Místico” tendente a “alargar o
reino de Cristo à terra inteira”» (Catecismo da Igreja Católica, nº
863).
Por isso, os esforços para uma Nova
Evangelização e Missões “ad Gentes” (aos povos distantes), não poderão
cessar para a Igreja de Cristo. Contemos com o auxílio de todos os
santos e santas que seguem como modelos autênticos de resposta correta e
coerente às escolhas de Deus e nossos familiares (cf. CIC, nº 959).
Eles (santos) seguem triunfantes no estado da Igreja Celeste como
eficazes intercessores para uma milagrosa pescaria, a cada dia primada
na qualidade.
Os homens e mulheres do nosso tempo
precisam encontrar em nosso olhar, em nossas palavras e ações o reflexo
d’Aquele Divino Pescador que, um dia, também nos chamou e nunca cessa de
recordar-nos tão grande e imerecido dom do Espírito Santo.
Padre Fernando Santamaria –
Comunidade Canção Nova
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Nossa Senhora das Vitórias te cubra de Bênçãos