Uma das
mais conhecidas parábolas de Jesus foi contada em resposta a um encontro que
Ele teve com um Doutor da Lei. Alguém que estudara completamente a Lei de Deus
e estava preparado para discutir seus pormenores. Em outras palavras, não era
suficiente recitar a Lei de Deus, mas vivê-la de maneira a agradar a Deus! Para
isso, a pessoa tem que colocar em ação o que a Lei de Deus requer, sendo a
essência desta o amor: “Amar a Deus de todo o coração, de toda a alma, com
todas as forças e de todo o entendimento, e ao próximo como a si mesmo”.
Esta
parábola descreve a bondade e o amor que nosso Salvador tem para com o homem
caído e infeliz. Nós éramos como esse pobre e aflito viajante. Satanás, nosso
inimigo, havia nos assaltado, despojado e ferido. Estávamos por natureza mais
que semimortos em nossos delitos e pecados, completamente incapazes de nos
salvar, pois não tínhamos forças. A lei de Moisés – como o sacerdote e o levita
– não tem compaixão de nós, não nos oferece alívio, “passa ao largo” não tendo
piedade nem poder para nos ajudar.
Mas eis
que veio o abençoado Jesus, o Bom Samaritano! Ele teve compaixão de nós. Cuidou
das nossas feridas e derramou sobre elas não azeite e vinho, mas o Seu próprio
sangue.
As
pessoas que se relacionaram com o homem ferido podem ser classificadas em três
grupos, de acordo com a sua filosofia de vida: assaltantes (salteadores ),
indiferentes (o sacerdote e o levita) e misericordiosos (o bom samaritano).
Muitos
são os que vivem na cobiça, assaltando e tirando vidas, procurando ampliar cada
vez mais o que tem à custa do sangue de outros: “O que é meu, é meu! E o que é
seu, será meu se eu conseguir tomar de você”. E, então, arranjam mil e uma
maneiras de conseguirem isso. Essa é a filosofia de muita gente. Milhões vivem
uma vida de egoísmo e ganância.
Vivemos
num mundo de indiferenças, onde se diz: “O que é meu, é meu! E o que é seu
continuará a ser seu, se você puder defendê-lo”. Essa é a filosofia de alguns
religiosos que são indiferentes à dor e ao sofrimento alheios.
Mas Jesus
nos ensina e prova o contrário através do bom samaritano: “O que é seu, é seu;
e o que é meu será seu, se você precisar. O meu vinho, o meu azeite, o meu
animal, o meu dinheiro, a minha energia e o meu tempo serão seus, se você
precisar”. As oportunidades de ajudar aos outros geralmente são inesperadas e
inconvenientes.
Qual tem
sido a sua filosofia de vida? A dos assaltantes, a do sacerdote e do levita, ou
a do bom samaritano? O que caracteriza o seu relacionamento com o próximo? A
cobiça, a indiferença ou o amor?
A
narração de Jesus ensina que viver agora – e sempre – como povo de Deus,
significa demonstrar compaixão, mesmo quando isso nos incomoda, mesmo quando
isso desafia nossa compreensão tradicional e, até mesmo, quando nos custa algo
pessoal.
Isso é o
que Jesus está nos dizendo: “Vá e faça o mesmo”.
Padre
Bantu Mendonça
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