Lucas
encerra, neste Evangelho, todas as orientações do Mestre aos setenta e dois
discípulos enviados em missão dois a dois. Lucas descobriu – nas censuras que o
Senhor fez – a advertência oportuna aos discípulos sobre a possível rejeição
que poderiam encontrar por parte de alguma cidade para onde fossem e entrassem
em missão. E assim fortalece-os, prepara-os para os tempos futuros, tempos da
perseguição e do martírio. Todavia, consola-os porque todos os que os
rejeitarem estarão rejeitando “Aquele que os enviou”.
Corazim,
Betsaida e Cafarnaum são alvos de fortes censuras por parte de Jesus por causa
das inúmeras maravilhas, muitos sinais e milagres aí realizados: “Ai de
você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, se os milagres
que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom,
os seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo”.
Permita-me, caro filho, dizer que “Corazim, Betsaida e Cafarnaum” podemos ser
nós quando oferecemos resistência e dureza à Palavra de Deus que nos chama a
abandonar a vida do pecado e abraçar a vida nova da Graça e da Salvação.
Em toda a
Sagrada Escritura encontramos – assim de modo direto – um caso único de censura
às cidades. Fora de Corazim, Betsaida, Cafarnaum (e também Jerusalém) nada mais
temos a registrar. Mas porque a censura a estas cidades? A razão é simples:
estas cidades eram locais de comércio. Em ambiente de riqueza – ontem, assim
como hoje – as cidades se fecham à novidade do Reino, vivem o consumismo e
pensam não haver outra vida pela frente.
Por causa
disso, assim como por rejeitarem os milagres feitos por Jesus, Corazim e
Betsaida terão condenação maior do que as cidades gentílicas de Tiro e Sidônia,
assim também as nossas cidades de hoje não escaparão da destruição eterna se
não se converterem. Como Cafarnaum será julgada com maior rigor do que Sodoma
por ter atingido um patamar mais alto no grau da corrupção, assim também nós
seremos fustigados se não nos convertermos.
Todas as
vezes que resistimos aos apelos à conversão e rejeitamos aqueles que nos
anunciam a Palavra de Deus, é o próprio Senhor que estamos rejeitando. É
necessário não nos esquecer de que Jesus, neste Evangelho, fala para mim e para
você.
As
cidades que rejeitam esses mensageiros são terrivelmente culpadas, pois o
próprio Jesus garante aos discípulos: “Quem vos escuta a mim escuta; e quem
vos rejeita a mim despreza; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou”.
Trata-se de algo sério aos olhos de Deus recusar uma palavra de aviso ou um
convite. Por isso, peçamos a graça da conversão e da acolhida à Palavra de
Deus.
Pai,
move-me à acolhida, à conversão e à penitência diante do testemunho de Jesus,
de modo que eu não incorra em castigo por minha incapacidade de reconhecer o
apelo da Salvação.
Padre
Bantu Mendonça
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Nossa Senhora das Vitórias te cubra de Bênçãos