No
Evangelho de hoje, vemos continuar o relacionamento conflituoso entre Jesus e
as autoridades religiosas da época.
O “Ai de
vós” pronunciado por Cristo, referindo-se aos fariseus que deixam de lado a
justiça e o amor a Deus e ao próximo, torna-se uma crítica de Jesus contra os
líderes religiosos daquela época e que pode ser repetida contra muitos líderes
religiosos dos séculos seguintes até hoje. Muitas vezes, em nome de Deus,
insistimos em detalhes e esquecemos a justiça e o amor.
A
observação final de Jesus diz: “Vós deveríeis praticar isso, sem deixar de
lado aquilo”. Esta advertência faz lembrar uma outra observação de Jesus
que serve de comentário: “Não penseis que eu vim abolir a Lei e os Profetas.
Não vim abolir, mas dar-lhes pleno cumprimento” (Mt 5,17-20). Jesus é a
plenitude da Lei. Sem Ele ninguém vai ao Pai. Então, ouvir a Sua palavra,
guardá-la e pô-la em prática, vale mais do que toda a Lei e os Profetas.
Nos
Evangelhos, a imagem que os fariseus passavam ao povo em geral era muito forte.
Por fora, sempre pareciam justos e bons, mas esse aspecto é um engano, pois
dentro deles existia um “sepulcro escondido” que, sem o povo se dar conta,
espalhava um veneno que mata, que comunica uma mentalidade que afasta de Deus e
sugere uma compreensão errada da Boa Nova do Reino. Uma ideologia que faz do
Deus vivo um ídolo morto! Não será esta a sua situação, às vezes?
Talvez
você diga: “Não! Isto não me diz respeito”. Mas veja, ao mestre que reclama
pela mensagem bem dada, Jesus responde deixando bem claro: “Ai de vós
também, mestres da Lei, porque colocais sobre os homens cargas insuportáveis, e
vós mesmos não tocais nessas cargas, nem com um só dedo”.
No Sermão
da Montanha, Jesus expressou a mesma crítica que serve de comentário: “Os
doutores da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés.
Por isso, vós deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas
ações, pois eles falam e não praticam. Amarram pesados fardos e os colocam no
ombro dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer
com um dedo” (Mt 23,2-4).
A
hipocrisia mantém uma aparência enganadora. Até onde atua em mim a hipocrisia?
Até onde a hipocrisia atua na nossa Igreja? Jesus criticava os escribas que
insistiam na observância disciplinar das coisas miúdas da Lei como o dízimo da
hortelã, da arruda e de todas as ervas, e esqueciam de insistir no objetivo da
Lei que é a prática da justiça e do amor. Para mim esta critica vale! E para
você?
Pai,
coloca-me em sintonia com Jesus, para Quem a justiça e o amor a Ti valem mais
que o legalismo dos que são incapazes de descobrir o Teu verdadeiro desígnio.
Padre
Bantu Mendonça
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Nossa Senhora das Vitórias te cubra de Bênçãos